Clube da Maturidade
vida a dois
O Casamento está no fim: Incompatibilidade de Gênios?!?!
vida a dois
Parece-nos evidente que a “incompatibilidade de gênios” seja o argumento mais utilizado para justificar o fracasso de um número cada vez maior de casamentos desfeitos.
Se por um lado, a rotina forense reconhece essa premissa como verdadeira por outro lado, a prática nos revela que há algo mais intenso, numa relação a dois, capaz de transformar qualquer intenção de resgate, impossível, uma vez que favorece toda e qualquer incompatibilidade a adquirir proporções gigantescas, por menor que essas possam ser como é o caso da ";perda da sintonia sexual"; que, em geral, acontece quando o casal já não se ajusta.
Um já não conhece mais o próprio desejo e, portanto, ignora o desejo do outro. Com o passar do tempo, surgem mágoas, ressentimentos e até rancor e, a indiferença se instala. À medida que os sentimentos vão sendo reprimido, o casal sabe, cada vez menos, um do outro. Nessa dinâmica é possível que um sinta-se rejeitado enquanto o outro reclama ser cobrado (embora não sejam), por algo que não tem para dar. Não há a menor clareza com o que está acontecendo entre eles.
Na falta decisiva do diálogo, o silêncio se instala e, cada vez menos, um tem o que dizer ao outro. Não é raro que a ausência do desejo na vida do casal estimule o interesse, algumas vezes compulsivo, por atividades domésticas como arrumação da casa, dotes culinários, dedicação excessiva aos filhos e convites para satisfazer o apetite gastronômico.
É muito freqüente nesses relacionamentos que, enquanto um deseja estar enroscado nos lençóis, o outro convida para testar a receita da sobremesa que trouxe do escritório enquanto esse deseja fazer carícias no sofá, aquele deseja fazer experimentos com o novo molho branco para a macarronada. E, cada vez mais, essa visão diferenciada, irá criando graus elevados de insatisfação por conta da ";perda da sintonia sexual";. Esse olhar para o parceiro, destituído de calor e sensualidade é que faz, via de regra, enxergar no dia a dia, ainda que inconscientemente, oportunidades várias para um contato cordial, um cafuné platônico ou um beijo fraternal.
A presença da libido tende a hierarquizar a importância das coisas do cotidiano e, uma vez que o desejo já não é reconhecido na vida do casal, é compreensível que esse clima de desencontros, silencio e insatisfações, gere mau-humor, discórdia e ressentimento mútuo, tornando incompatível todo e qualquer interesse comum que um dia transformou esse homem e essa mulher, num casal.
FONTE: Dra. Angela Corrêa (Psicóloga Clínica)
publicado em 16/06/2018 21:11:00